quinta-feira, 29 de março de 2018

Disciplinas Eletivas de olho na Copa do Mundo 2018




As Disciplinas Eletivas são um dos componentes da Parte Diversificada da matriz curricular das
escolas do Programa Ensino Integral e têm como objetivo promover o enriquecimento, a ampliação e a diversificação de conteúdos, temas ou áreas da Base Nacional Comum. Consideram a interdisciplinaridade como eixo metodológico para buscar a relação entre os temas explorados, respeitando as especificidades das distintas áreas de conhecimento.
(Diretrizes do PEI)
Inseridas no contexto de promover o enriquecimento e ampliação cultural dos alunos, os Projetos das Disciplinas Eletivas do 1º semestre de 2018, trazem mais uma inovação metodológica, sendo que foram planejadas e pensadas envolvendo os países que participarão da Copa do Mundo 2018 na Rússia, proporcionando ampliação na comunicação de ideias e a interpretação e fruição de produções culturais.

Os países foram distribuídos nas oito Eletivas, por chaves que se enfrentarão na Copa do Mundo, sempre estabelecendo articulação com “características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e com o Projeto de Vida dos educandos.
As Disciplinas Eletivas, Sweet life, Penso logo invento, Cacau World, Ação e Arte, Contagiante, Se eu fosse você, War e Click´s e Curtas, estão preparadas para promover a interdisciplinaridade e otimizar o processo de ensino e aprendizagem, a fim de que os alunos desenvolvam as habilidades e competências necessárias para o ano que se encontram.
Lembrando que a contextualização é prevista na LDB nº9394/96 como forma de vincular os acontecimentos sociais com a aprendizagem significativa dos alunos e os PCNs também fundamentam as Disciplinas Eletivas, quando dispõe como essenciais o trabalho com a interdisciplinaridade e contextualização.



Simone da Silva de Paula

Professora Coordenadora Geral














sexta-feira, 23 de março de 2018

Apoio ao Nivelamento

Por Lucilene Fernandes


Como atividade de apoio ao nivelamento das habilidades de leitura e escrita dos alunos do 9º ano, na última semana realizamos uma SEQUÊNCIA DIDÁTICA (SD) analisando charges.

A SD objetivou trabalhar a habilidade:
Inferir informação implícita em um texto (instrucional, argumentativo, informativo, de opinião, não verbal)

No Programa de Ensino Integral, toda a Equipe é corresponsável pelo processo de aprendizagem, o que inclui o PAN - Plano de Ação de Nivelamento. Cada uma das disciplinas planeja e executa atividades que possam apoiar o processo de nivelamento das habilidades requeridas para aquele ano, retomando habilidades que ficaram com deficiência para alguns alunos. Neste primeiro bimestre do ano letivo de 2018, O PAN da escola indicou que uma habilidade cuja retomada era importante para um número significativo de alunos no 9º ano foi exatamente "Inferir informação implícita em um texto (instrucional, argumentativo, informativo, de opinião, não verbal)" e esta habilidade, portanto, deveria ser retomada pelos diversos professores contextualizada em suas disciplinas.

Paralelamente à necessidade de apoio ao PAN, observo que os livros de História de todos os anos, mas em maior número a partir do 9º ano, trazem charges de diversos momentos históricos do passado e charges do presente - buscando contextualizar o assunto estudado. E muitos alunos realmente encontram dificuldades na análise destas charges. Notadamente muitos alunos têm mais dificuldade de compreensão das charges históricas, porém a dificuldade também existe quando lhes é demandado analisar charges atuais.

Mesmo em uma época em que "memes", "cartuns", "paródias" estão muito presentes como forma de sátira no mundo virtual, nas redes sociais a que os alunos estão familiarizados, as atividades em sala de aula indicam que os alunos percebem informações implícitas, mas elementos implícitos passam despercebidos ou não são compreendidos em relação à realidade que retratam.

Percebemos assim que as dificuldades na compreensão da História estão direta e intimamente relacionadas à dificuldade detectada na na disciplina de Língua Portuguesa. Eis porque as competências leitora e escritora são elementos a serem trabalhados em todas as disciplinas.



Assim, a SD desenvolvida buscou trazer para a sala de aula um conjunto de charges analisados a partir dos elementos característicos deste tipo textual que utiliza a linguagem não verbal, expressa opinião e carrega informações implícitas - justamente os elementos nos quais, segundo a avaliação diagnóstica da escola, um número significativo dos alunos apresentam defasagem. 

Foram 4 aulas de trabalho organizadas da seguinte maneira:

1ª aula: Apresentação de charges publicadas na semana anterior à aula pelo Jornal Folha de São Paulo e análise coletiva das mesmas
     - Como são os traços?
     - Como eu identifico o lugar tratado? as pessoas? 
     - A que acontecimento da realidade está ligado?
     - Que crítica está sendo feita?
     - Como eu percebo que o autor quis ser irônico?
     - Qual a opinião do autor sobre este fato?
   
2ª aula: Retomada das charges e identificação das características / elementos do tipo textual charge         - conversando com a turma, fomos identificando e anotando no caderno elementos como: traços caricatos, dialogar com a realidade, crítica social, linguagem irônica, apresentação de ponto de vista
     - foram projetadas outras charges atuais (abordando a questão das águas, por estarmos próximos do dia mundial da água e realizando a V Conferência Infanto Juvenil para o Meio Ambiente) e colocadas questões que pediam a descrição das charges e identificação dos elementos; uma a uma as charges foram analisadas pelos alunos em seus cadernos



3ª aula: Análise de charges históricas
     - foram projetas charges referentes ao período do Imperialismo / Neocolonialismo - período que estava sendo estudado nas aulas de História - os alunos fizeram a descrição e busca dos elementos da charge
      - ocorreu um debate sobre as questões levantadas pelas charges (racismo, estereótipos, conceito de civilização) e análise de charges sobre o mesmo tema presentes no livro didático

4ª aula: Avaliação do trabalho
     - foram apresentadas 5 charges (3 atuais e 2 históricas) para que cada aluno descrevesse e identificasse os elementos

Resultados alcançados

Observei que os alunos apresentaram um aumento na fluência da análise das charges, diminuindo o número de alunos que perguntam "mas o que é para fazer? o que é ironia? como assim qual a crítica?"; familiarizando-se com esse tipo textual. A atividade final também demonstrou que a maioria dos alunos percebe e analisa melhor a relação entre a charge e a realidade de que ela trata. Identificaram a intenção de crítica social. 

Alguns alunos ainda demonstram dificuldade em identificar e analisar a ironia, elemento implícito, somente percebendo isto se recebem estímulo direto da professora auxiliando na reflexão. É ainda um tipo textual que precisa ser retomada durante as aulas.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Sequência didática: Noção de tempo

Por Lucilene Fernandes


Nesta semana, finalizamos, com os alunos do 6º ano, uma sequência didática para trabalhar a noção de tempo.

A sequência teve como objetivo desenvolver as habilidades indicadas no Currículo Estadual:
  • Compreender fenômenos de natureza histórica
  • Reconhecer os acontecimentos históricos em sua temporalidade, estabelecendo relações de anterioridade e posterioridade
  • Reconhecer as diferentes formas histórico-sociais de marcação do tempo

Os mais desavisados podem imaginar que os alunos já possuem uma noção de tempo advinda do senso comum. Mas este "conhecimento" que nasce da realidade precisa ser sistematizado e ampliado, de forma que os alunos desenvolvam habilidades que permitam analisar tempos longos e curtos, compreensão dos processos históricos, causas e consequências, permanências e mudanças. 

Os estudos construtivistas indicam que na formação da inteligência, a noção de tempo é uma das últimas a serem construídas. É por isso que as crianças usualmente se confundem ao falar de ontem, antes de ontem, amanhã, daqui a semanas, meses ou anos! O tempo é uma noção abstrata.

A sequência didática desenvolvida conteve as seguintes atividades:
Aluna do 6º ano constrói uma ampulheta 
  1. Levantamento de ideias dos alunos de como o tempo passa (rápido ou devagar) e instrumentos que utilizamos para medir e marcar o tempo
  2. Pesquisa de instrumentos usados para marcar o tempo
  3. Desenho de linhas do tempo com acontecimentos do seu dia, contado em horas.
  4. Desenho de linhas do tempo com acontecimentos da semana, contado em dias.
  5. Desenho de linhas do tempo com acontecimentos da própria vida, contada em anos.
  6. Análise de texto sobre tempo e calendários (Caderno do Aluno, 6º ano)
  7. Construção de ampulhetas seguindo instruções (Caderno do Aluno, 6º ano)
  8. Rodada de perguntas, hipóteses sobre a origem do Universo (Esta atividade não estava prevista, mas foi realizada devido ao grande interesse dos alunos que levantaram dúvidas sobre como o tempo começou, o que é "antes de Cristo", porque não contamos milhares de anos)
  9. Reflexão sobre a História como Ciência, método científico e fé, respeito às diferentes culturas com diferentes pontos de vista. 
  10. Desenho de linhas do tempo com calendários Cristão, Muçulmano e Judaico.
  11. Revisão de numeração romana.
  12. Linha do tempo de contagem de séculos.
  13. Finalização das atividades do Caderno do Aluno, 6º ano, Situação de Aprendizagem 1.
  14. Produção de narrativa ficcional em que o aluno viaja em uma máquina do tempo.

O trabalho com esta sequência didática dialoga com as disciplinas de Ciências (tempo, formação do universo, método científico) e Matemática (reta numérica, contagem do tempo). É o que chamamos de "postura interdisciplinar", quando usamos ferramentas das outras disciplinas para aprender História. 

O trabalho com sequências didáticas permite acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos, apoiando aqueles com maior dificuldade e avaliando os avanços alcançados por todos. 

O próximo passo é conseguir articular novas sequências de maneira que os alunos possam trilhar as atividades mesmo com ritmos diferenciados de aprendizagem. Assim aconteceriam várias atividades simultâneas na sala de aula, dependendo do ritmo e percurso de aprendizagem de cada aluno. 

Com um olhar metalinguístico, poderíamos dizer que os alunos tem diferentes tempos de aprendizagem sobre o tempo! Buscamos o ideal de orientar a aprendizagem o mais individualizadamente possível.

Conseguir preparar, obter materiais e orientar essa diversidade de atividades está sendo um grande desafio!