quinta-feira, 30 de abril de 2015

Trabalho Articulado

Cartas para Deus

A professora de do 6º ano, Iva T. Rocha, utilizou a motivação dos alunos após assistirem ao filme "Cartas para Deus", como estopim para o trabalho com gênero carta. Os alunos escreveram também suas cartas pessoais para Deus e as encaminharam para as Igrejas que frequentam. 

Hoje foi o dia da postagem das cartas. 
  

  

 

Mas até chegar a este momento, para os meninos o trabalho foi  longo:

  • assistir e refletir sobre o filme (momento de onde surgiu a ideia da escrita da carta)
  • identificar as características do gênero carta (habilidade trabalhada nas aulas de Orientação de Estudo pelas professoras Iva T. Rocha e Ivonete T. Ramos*)
  • escrever o rascunho da carta e entregar para a professora
  • receber a devolutiva da professora que indicou as necessidades de correção e reescrita (para alguns alunos esse momento acontece mais de uma vez)
  • escrever a versão final da carta
  • exercitar o preenchimento do envelope
  • buscar junto à família o nome e o endereço da Igreja que frequenta
  • postar a carta nos correios
* O PAN - Plano de Ação de Nivelamento - indicou que um número significativo de alunos do 6º ano apresenta defasagem de aprendizagem na habilidade de identificação de gênero textual. Assim, esta habilidade tem sido trabalhada nas aulas de Orientação de Estudos, bem como sido foco de atenção dos professores das outras disciplinas que apoiam no nivelamento destes alunos com defasagem de aprendizagem.


Alteridade: Respeito à diferença

Em nossa escola, sempre primamos por desenvolver o respeito à diferença. Cada aluno é uma pessoa única. E as pequenas situações onde o repeito à opinião de cada um se manifesta concretamente é a melhor forma aprender o respeito à diferença e desenvolver a noção de alteridade. 

Escrever cartas para Deus poderia gerar situações de conflito de ideias já que cada pessoa tem sua própria compreensão sobre Deus. Mas nas aulas do 6º ano, o que aconteceu foi uma oportunidade para cada aluno conhecer-se e reconhecer-me mais profundamente. Ao conversar com os pais para pesquisar o endereço da Igreja que frequenta, meninos e meninas por volta dos 10 anos refletiram com a família sobre a importância que a religião têm na sua vida. E todos souberam respeitar a religião de cada um dos colegas. 

Na aula de História, a necessidade do respeito à diferença de crenças, valores e hábitos tem sido objeto de reflexão. Os alunos já sabem que o respeito à cultura do outro é uma das habilidades da disciplina que se manifesta em diversas situações. 



Escrevendo para exercer seu protagonismo

No momento em que estudavam as características do gênero textual carta e preparavam cartas pessoais para Deus , a turma do 6º ano A também decidiu utilizar a carta como instrumento para fazer um pedido à Diretora da Escola: a disponibilização de uma caixa de primeiros socorros para pequenos acidentes com os alunos.

Nas aulas de Protagonismo, os alunos haviam recebido uma tarefa: identificar problemas reais e pensar pequenas ações que eles poderiam fazer para solucioná-los. Numa roda de conversa,
motivados por vídeos com exemplos de jovens protagonistas (vídeos indicados no final desta postagem), os alunos foram orientados a refletir sobre os pequenos problemas da nossa realidade escolar. 

"O colega que fura fila da merenda", "a bola que acerta acidentalmente o colega no pátio", "a qualidade da merenda", "a necessidade de pequenos curativos" e "o trânsito nos corredores na troca de aula" foram os primeiros temas lembrados e que estão sendo objeto de reflexão para os alunos do 6º ano, na busca por sugestões de melhoria na escola. 

Mas percebemos que se o aluno vai desenvolvendo a postura protagonista, quando a oportunidade aparece, é a hora de agir. 

Portanto, nesta semana, antes mesmo da etapa de ação das aulas de protagonismo, os alunos do 6º ano A, agiram coletivamente para solucionar um dos problemas que haviam sido levantados na aula de protagonismo. Decidiram escrever, com auxílio da professora de Língua Portuguesa, Iva T. Rocha, uma carta para a Direção da escola.


Gêneros Textuais e o sentido da escrita

Ao escrever uma carta, o aluno sente a necessidade de saber para quem está escrevendo e o que deseja falar. É claro que pode ser uma situação simulada... Mas se a carta será realmente lida pelo destinatário, a mobilização motivacional do aluno é muito maior!

O Currículo Oficial do Estado de São Paulo traz um texto de apresentação comum a todas as áreas, onde apresenta seus princípios básicos, entre os quais está a "prioridade para a competência da leitura e da escrita". É neste texto que encontramos a indicação de que o desenvolvimento da competência linguística do aluno deve ultrapassar o domínio técnico (gramatical, ortográfico) e valorizar a competência performativa, ou seja a capacidade do uso das competências leitora e escritora em situações contextualizadas. 
A utilização dessa variedade dá-se por meio de um exercício prático em situações de simulação escolar. A competência performativa exige mais do que uma atitude de reprodução de valores. (Currículo Oficial do Estado de São Paulo)
O aluno precisa saber escrever numa situação real. Diante de uma necessidade real de comunicação, o aluno sente e compreende a necessidade de adequar a escrita: ao objetivo que pretende alcançar, ao público a que se destina, e a outros elementos que são características de tipologia e gênero daquele texto.

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Vídeos com exemplos de jovens protagonistas: