sexta-feira, 7 de junho de 2019

Educação: Esperança a caminho!

Por Lucilene Fernandes

A obra "Ética e competência" da autora Terezinha Azerêdo Rios pretende ser uma alavanca otimista para educadores e demais interessados na educação em nosso país. Todo o texto caminha para superar o otimismo utópico e infantil baseado em pura esperança, analisando à guisa da filosofia como nossa utopia de educação de qualidade está ligada à realidade que temos hoje!

"É a partir do educador que temos que vamos caminhar para o educador que queremos ter." Partindo deste princípio, a autora encadeia o raciocínio ligando conceitos filosóficos que mostram que as soluções para os problemas da educação no país não virão de fora, nem de um ato mágico, mas se constroem a partir da realidade que temos numa reflexão dialética da escola em si e da escola com a sociedade em que está inserida.

Para tanto, a autora retoma a importância das dimensões técnica, ética e política do educador ressaltando que a relação entre essas dimensões é muitas vezes contraditória, mas aditiva no sentido de que as dimensões se interpenetram o tempo todo. O saber fazer, (dimensão técnica) nunca será neutro, e estará sempre trabalhando para alcançar objetivos que nascem dos valores do educador (dimensão política); e o educador fará melhores escolhas tanto quanto maior for a sua consciência de si e de seus valores (dimensão ética). 

Para a Rios, a competência é "saber fazer bem o dever" e isso inclui as 3 dimensões. Por isso a autora trilha e indica o caminho filosófico da reflexão, buscando a consciência do educador. A consciência de que a escola existe em uma dada realidade social e que esta realidade se constrói na práxis, de forma dialética, com avanços e retrocessos, sempre passível de mudanças porque não é estática.

"O homem é um ser-no-mundo. Ele não é, primeiro, depois no mundo. Ser no mundo já é constituinte de seu ser homem." E assim também é com a educação que se faz, existindo e administrando as condições da existência com consciência e criatividade. 

Os caminhos percebidos pela autora estão na superação do espontaneísmo e no compromisso das pessoas envolvidas, mediado pela ética. A escola então se colocará como mediadora do processo em que as futuras gerações se constroem, a sociedade se constrói. E como fará isso? Através de projetos de ação! Um projeto existe no presente mas está sempre relacionado ao futuro (àquilo que ser alcançar). Logo, projetos de ação são a forma consciente de se enfrentar situações de crise.

"Assim vamos nos tornando competentes, realizando o ideal que atende às exigências  - históricas, sempre - do contexto em que atuamos."